E, por fim, meu Imaculado Coração triunfará!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Católico Tradicional

O que deve, portanto, significar de modo profundo e sobrenatural, o termo Tradição? Apenas porque somos ligados à Fraternidade S. Pio X? Ou porque assistimos a missa Tridentina? Ou ainda, porque combatemos Vaticano II? Não é isso que nos faz fiéis da Tradição. Por outro lado, esses conservadores de todos os matizes, pedantes e falsamente obedientes, resvalando como estão na religião da opinião, podem pretender ser católicos da Tradição?

O católico da Tradição é quem, em tudo, age pela Fé sobrenatural: “Meu justo vive de Fé” (Galatas, 3, 11). O católico da Tradição baseia seu conhecimento naquilo que é verdadeiro, infalível e profundo, buscando a coisa como ela é, na sua realidade, e não na opinião que, subjetivamente, se forma no coração do homem. O católico da Tradição fortalece seu espírito na Esperança teologal ao se deparar com os erros atuais, inclusive quando são difundidos pelo papa e por Roma; não o escondem, não o justificam, preferindo considerar, com a Imitação de Cristo, o que foi dito e não quem o disse.

O católico da Tradição prova seu amor e seu zelo pela Igreja dando sua vida por Nosso Senhor, não se importando com as duras perseguições que sofre ao denunciar o erro, mas unindo-se ao Cristo crucificado, na Paixão da Igreja. Na prática, deve sempre o católico da Tradição estudar a doutrina e os eventos relativos à crise da Igreja na sua profundidade, com humildade e espírito de obediência, sempre se perguntando se conhece de fato o que é essencial, e não apenas situações secundárias. Jamais passaria pela cabeça de um católico da Tradição, fazer chacota e piada com os escândalos que nos massacram, como fazem esses superficiais conservadores. E isso é sinal de que não podem ser verdadeiros católicos da Tradição.

Finalmente, o Católico da Tradição reza sem cessar, confia a Deus seus cuidados e seus sofrimentos, pedindo que lhe venham as graças necessárias para perseverar na verdade acima de tudo, preservando-o do espírito superficial e subjetivo. 

Só assim poderá o católico desenvolver em sua alma uma personalidade espiritual, a essência do seu catolicismo, a fé verdadeira fundada na verdade e o amor perfeito que dá a vida por Cristo crucificado e pela Igreja.
Dom Lourenço Fleichman OSB