E, por fim, meu Imaculado Coração triunfará!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

\o/ Uma balada para Jesus \o/

O ambiente lembra uma boate como outra qualquer: globo espelhado, canhões de luz, estroboscópio, fumaça, DJs e MC’s. Os freqüentadores também são adolescentes e jovens. A equipe de reportagem de Enfoque esteve lá a fim de conferir o que há por trás do que têm sido chamado de bailes gospel. Foi na Igreja Renascer em Cristo, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, que essas “noites dançantes” mostraram seu teor e seu diferencial: a música tocada no local faz citações bíblicas e incentiva valores cristãos e os freqüentadores são, em sua maioria, evangélicos de várias denominações que se reúnem para dançar. Os ritmos são variados. É possível dançar ao som de funk, rap, hip hop, forró, soul music, samba e outros estilos musicais. Os eventos maiores chegam a reunir 5 mil pessoas numa única noite. O fenômeno, que se espalhou pelo Rio e São Paulo, com bailes realizados semanalmente nos próprios templos ou em clubes alugados por igrejas, já chegou também a outras capitais, como Brasília, Salvador, Vitória e Belo Horizonte. 

Adriano Gospel Funk, Kelly Krenti, MC F. Reis, MC Erick e DJ Naudão, são alguns dos que comandam o baile quando o gosto é a batida funk. Apesar de enfrentar resistências em algumas igrejas, o chamado gospel funk tem feito sucesso. E por um motivo: vários jovens têm conhecido a mensagem do Evangelho por meio desse trabalho. Para Cristiano Carvalho, pastor do Projeto Vida Nova, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, o que realmente importa é divulgar a Palavra de Deus e, segundo ele, o funk é um ritmo com grande aceitação pelos jovens. Apoiador da idéia, ele acha que essa é uma forma estratégica de se comunicar com quem jamais entraria em uma igreja evangélica.

MAS... E A SENSUALIDADE?
O fato dos bailes funks populares usarem gírias e expressões que enaltecem de forma grotesca e vulgar a sensualidade e a submissão feminina, além de coreografias insinuantes, colaboram para dividir opiniões de pastores e líderes dentro da comunidade evangélica.... E mesmo que nesse caso tenha uma letra que fale da Bíblia, a batida da música não deixa de induzir a sensualidade”, disse o bispo Tom. Outros mais liberais referentes a métodos de evangelismo, acreditam que a Bíblia dá liberdade ao cristão de estar no mundo e não fazer parte dele. “Não estamos levando a igreja para o mundo. Estamos colocando a Palavra de Deus em uma linguagem que os jovens entendem”, declara o MC. F. Reis, que lembra que no Rio de Janeiro a música mais ouvida é o funk. Foi a fim de prevenir riscos de comportamento entre os jovens nos bailes, foi instituído um código de conduta bem rígido. Se alguém não obedece, é repreendido por obreiros da igreja, ou pelos próprios artistas. Não são permitidos beijos, rebolados e roupas indecentes. O que se prega é o divertimento com responsabilidade. 

A "GRANDE DIFERENÇA"
 
A diferença marcante entre os bailes comuns e os evangélicos é o momento da pregação. Em determinado momento há uma parada estratégica para que o pastor dê uma breve pregação sobre o amor de Cristo. O apelo é feito e os obreiros se aproximam para receber os jovens que entregam suas vidas a Jesus. Luciane Dantas, de 27 anos, membro do Ministério Shekinah, em Belford Roxo, Baixada Fluminense no Rio, conta que estava praticamente afastada da igreja e de Deus. Até que um dia ouviu a música Quantas caras você tem?, do MC F. Reis, e sentiu-se impactada. “Eu estava totalmente fora dos padrões de Deus. Estava separada do meu marido, participava de conversas indecorosas no trabalho, entre outras coisas. Quando ouvi a música, foi como se eu estivesse sendo colocada contra a parede. Aquela era a minha vida”, lembra. Depois desse dia, a história de Luciane mudou e ressalta que Deus usa aqueles que têm um coração disponível para aceitar os diferentes e falar de Deus para todos eles. Esse tipo de trabalho começou a ganhar força em 1998, quando um grupo de jovens da Igreja Renascer em Cristo, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, resolveu promover um evangelismo de uma forma animada e descontraída para jovens. “Nossa primeira tentativa não deu muito certo. Só apareceram quatro pessoas e, mesmo assim, porque fomos chamá-las na rua”, disse o DJ Marcelo Araújo, da equipe de eventos Gospel Night.

O apoio pastoral nos bailes gospel é fundamental, reconhecem os envolvidos, que destacam a importância da aprovação do pastor, além de cobertura espiritual e de oração pelo que se dedicam a fazer com a música. Quem é funkeiro gospel faz questão de dizer que João Batista, o apóstolo Paulo e, inclusive, Jesus, não eram pessoas convencionais para a época em que viviam e que para falar de Deus nem sempre é preciso seguir padrões de evangelismo. Para eles, o verdadeiro Cristianismo vai muito além dos preconceitos. Impulsionados por essa nova mentalidade, os bailes ganham força. Por final de semana, para se ter uma idéia, chegam a acontecer dez eventos só no eixo Rio-São Paulo. Toda essa movimentação tem atraído a atenção da imprensa. A revista Veja, o jornal carioca Extra e o programa Domingo Legal, do apresentador Gugu Liberato, são alguns veículos de comunicação que já noticiaram a nova forma de evangelismo.

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* Qualquer semelhança com a igreja católica moderna, é mera coincidência.

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