E, por fim, meu Imaculado Coração triunfará!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O PRECIOSO PODER DA CONFISSÃO

Conhecí uma pessoa que tinha um orgulho muito forte. Queria ser a atenção principal de todos. Onde estivesse queria ser sempre o primeiro. O orgulho lhe falava sempre mais alto.

Foi assim que lembrei desta história de "Pelágio e a confissão":

Conta-se na crônica de São Bento, dum eremita chamado Pelágio, que posto por seus pais a guardar os rebanhos, levava uma vida exemplar, de modo que todos lhe davam o nome de santo; e assim viveu por muitos anos.

Mortos seus pais, vendeu aquelas poucas coisas que ainda lhe ficavam e se fez eremita.

Uma vez, por desgraça, consentiu num pensamento de impureza. Caído no pecado, viu-se abismado numa melancolia profunda; porque o infeliz não queria confessa-lo, para não perder o conceito de santidade.

Durante esta obstinação passou um peregrino que lhe disse: Pelágio, confessa-te, porque Deus te perdoará e recobrarás a paz que perdeste; e desapareceu. Depois disso resolveu-se Pelágio a fazer penitência de seu pecado, mas sem confessar-se, imaginando que Deus lho perdoaria sem a confissão.

Entrou num mosteiro, onde foi imediatamente bem recebido por sua boa fama, e nele começou a fazer uma vida áspera, mortificando-se com jejuns e penitências. Chegou finalmente a morte, e confessou-se por derradeira vez; mas assim como por pejo deixara em vida de confessar seu pecado, assim o deixou também na morte. Recebeu o Viático, morreu e foi sepultado no mesmo conceito de santo.

Na noite seguinte, o sacristão achou o corpo de Pelágio sobre o sepulcro; enterrou-o outra vez; mas, tanto na segunda como na terceira noite, achou-o sempre insepulto, de maneira que deu aviso ao abade, o qual, indo junto com os outros monges, disse:

Pelágio, tu foste obediente em vida, obedece também depois da morte: dize-me da parte de Deus se é talvez vontade divina que se coloque teu corpo nalgum lugar reservado?

E o morto, dando um uivo espantoso, respondeu:

Ai de mim! que estou condenado para sempre por uma culpa que deixei de confessar. Olha, abade, meu corpo!

E no mesmo instante apareceu seu corpo como um ferro ardente, que lançava horríveis faíscas de fogo. Ao ponto que se puseram todos em fuga; mas Pelágio chamou ao abade, para que tirasse da boca a partícula consagrada, que ainda tinha. Feito isto, disse Pelágio que o tirassem da igreja e o lançassem para um monturo, e assim se fez.

Livro: “Caminho Reto” de Santo Antonio Maria Claret – Editora Ave Maria.

A pintura acima é de Silva Porto: "Guardando o Rebanho"
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