E, por fim, meu Imaculado Coração triunfará!

terça-feira, 2 de junho de 2009

O sofrimento

O grande teólogo, filósofo e Doutor da Igreja Santo Agostinho disse: “A firmeza cristã exige não só fazer o bem, mas também sofrer o mal”. A raiz do sofrimento está no pecado: “Ele retomou: “E quem te fez saber que estavas nu? Comeste, então, da árvore que te proibiu de comer!” O homem respondeu: “A mulher que puseste junto de mim me deu da árvore, e eu comi!” Deus disse à mulher: “Que fizeste?” E a mulher respondeu: “A serpente me seduziu e eu comi”. Depois disse Deus: “Se o homem já é como um de nós, versado no bem e no mal, que agora ele não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma e viva para sempre!” E Deus o expulsou do jardim do Éden para cultivar o solo de onde fora tirado (Gênesis 3,9-13.22.23).
Sofremos pelos nossos erros, enganos e seduções. “Ninguém, ao ser tentado, deve dizer: É Deus que me está tentando”, pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Antes, cada qual é tentado pela própria concupiscência, que o arrasta e seduz. Em seguida a concupiscência, tendo concebido, dá a luz ao pecado, e o pecado, atingido a maturidade, gera a morte (Tiago 1,13-15).
Pela nossa ignorância, estupidez, ambição, orgulho, prepotência e ira desenfreada, acarretamos muitas dores e sofrimentos para o nosso corpo e alma. O sofrimento é uma grande ferramenta para o nosso ensino e disciplina espiritual. Os grandes homens da humanidade se serviram desta ferramenta para realizarem as suas grandes obras. Ninguém escreve seu nome na História, ninguém torna se herói sem passar pela escola do sofrimento. Ninguém chega ao Paraíso sem passar primeiro no calvário. “A cruz é uma escola”, dizia Santo Agostinho. É no meio do infortúnio que o homem se ver acuado da sua soberba. É na adversidade e na humilhação que o homem enxerga melhor a sua miserabilidade. É na desgraça e no óbice que o homem entende que não é nada. É na doença incurável que o homem se ver como um verme.
As maiores bênçãos do mundo foram geradas através dos maiores sofrimentos. Nas grandes vitórias foram derramados sangue e lágrimas. As glórias deixam marcas de terríveis dores. Similarmente, escreve São Pedro Apóstolo: “Nisso deveis alegrar-vos, ainda que agora, se necessário, sejais contristados por um pouco de tempo, em virtude de várias provações, a fim de que a autenticidade comprovada da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, cuja genuinidade é provada pelo fogo, alcance louvor, glória e honra por ocasião da Revelação de Jesus Cristo” (1 Pedro 1,6.7).
As aflições santificadas abrandam a aspereza e aplainam as quinas pontiagudas da nossa vida. Consomem as impurezas do egoísmo e do materialismo. Abatem o orgulho, moderam as ambições humanas e sufocam o fogo das paixões. Expõem o mal que existe em nosso coração, revelando fraquezas, falhas e defeitos e tornando-nos conscientes do perigo espiritual. Disciplinam o espírito obstinado. Para alguns de nós, somente a escola do sofrimento será capaz de transmitir as lições sobre paciência, tolerância e domínio próprio que precisamos aprender. Não podemos evitar sofrer nas mãos dos outros. É certo que isso acontecerá. No entanto, em última análise, ninguém consegue ferir-nos a não ser nós mesmos. Nenhuma injustiça que os homens cometam contra nós poderá machucar-nos a menos que permitamos que ela nos torne ressentidos e rancorosos. Um ato ou atitude só pode nos causar mal de verdade se dermos lugar à amargura e a ira.
Nenhuma mão humana é capaz de curar um coração ferido; é preciso entregá-lo a Deus (Lucas 4,18; Mateus 11,28-30). “O meu Deus proverá magnificamente todas as vossas necessidades, segundo a sua riqueza, em Cristo Jesus” (Filipenses 4,19).

CONCLUSÃO

Temos consciência que muito sofrimento fica sem explicação. Toda a sua realidade será revelada na eternidade. É impossível a razão humana entender o mistério do sofrimento. O sofredor Jó passou seus dias implorando e suplicando ao Senhor Deus que lhe desse maiores informações e explicitasse o seu padecimento. Quando o Todo-Poderoso finalmente manifestou, ele demonstrou que seu servo Jó não tinha capacidade nem para entender a resposta, muito menos para discutir com o seu Eterno Criador. E no final do seu calvário, o patriarca Jó compreendeu e se colocou nas mãos de Deus com absoluta confiança (Jô 3,1-4; 9,1-4; 42,1-17).
Em alguns casos o sofrimento que é inexplicável no momento, mais adiante, por vontade de Deus é simplesmente compreendido. Por que o bondoso Deus permitiu que o jovem José do Egito fosse vendido pelos seus próprios irmãos como escravo e depois sofresse dois anos na prisão por permanecer honesto e casto? Mais tarde o propósito ficou claro, ou seja, o por quê? Foi respondido (Gênesis 50,17-21; Romanos 8,28). Nem sempre podemos obter a reposta para as nossas dificuldades, todavia, temos a capacidade de entender que só em Deus, o Todo-Poderoso, podemos confiar absolutamente. “Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele, e ele agirá; manifestará tua justiça como a luz e teu direito como o meio-dia” (Salmo 37,5.6). Do sofrimento, podemos tirar uma grande lição, ele nos diz que necessitamos ndsesperadamente do Senhor Deus.

Pe. Inácio José do Vale

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